Comida azul

Em uma baía abrigada de Ilha Grande, em Angra dos Reis, área reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO e que mantém remanescentes protegidos de Mata Atlântica, a paisagem de águas transparentes do Atlântico Sul se mistura com a vista para o contorno de montanhas. 

Na linha do horizonte, círculos instalados no nível do mar indicam a presença de tanques submersos e a aposta em uma atividade que tem potencial para aumentar a diversidade de fontes de proteínas, gerar empregos e renda e ser uma alternativa de produção de alimentos aliada ao combate às mudanças do clima – se, é claro, for realizada de forma sustentável.

Há um desafio iminente para as lideranças globais: alimentar as populações do presente e do futuro. Em 2022, o planeta alcançou a marca de 8 bilhões de habitantes – até 2050, a expectativa é que sejam quase 10 bilhões de pessoas na Terra. Em 2021, cerca de 828 milhões de pessoas passaram fome, um aumento de 46 milhões de indivíduos em comparação a 2020. 

Ao mesmo tempo, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), até 40% da área terrestre do planeta está degradada. No Brasil, o quarto maior produtor de grãos e o maior exportador de carne bovina no mundo, 130 milhões de hectares de pastagens estão degradados. 

De acordo com o Banco Mundial, o desafio da segurança alimentar se tornará cada vez mais difícil: será necessário produzir cerca de 70% a mais de alimentos até 2050 para alimentar mais de 9 bilhões de indivíduos.

No Brasil, apesar dos quase 8.000 quilômetros de extensão de litoral, a maricultura – o cultivo de recursos marinhos no oceano, como peixes, moluscos e algas – está concentrada, majoritariamente, em Santa Catarina, que responde por 95% da produção nacional. 

O Nordeste se destaca pela carcinicultura, a produção de camarão: em 2020, o cultivo atingiu a marca de 63,2 mil toneladas criadas em cativeiro. Há um incipiente mercado de algas no país, com experiências no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Santa Catarina, além de iniciativas isoladas para a produção de peixe em tanques-rede no mar.

Esta reportagem foi produzida com apoio do edital Conexão Oceano de Comunicação Ambiental da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. 

Toda a expedição, com quase 3.000 quilômetros percorridos entre o Rio de Janeiro e Santa Catarina, foi feita com o carro VOLVO C40 Recharge, modelo 100% elétrico. O apoio da VOLVO BRASIL permitiu evitar as emissões de gases de efeito estufa que seriam geradas pelo uso de um veículo a combustão. 

As emissões restantes foram neutralizadas com o apoio da Biofílica Ambipar Environment.

Fazendas marinhas: as oportunidades e os desafios para o cultivo de alimentos no oceano

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